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MunaLina

Um dos desafios de se mudar de país é a saudade das comidas de casa. Vivendo aqui no Canadá, eu nunca encontrei aqueles mesmos sabores; nada que se comparasse ao que eu comia na casa das minhas tias e da minha avó. Depois de muito procurar algo um pouco semelhante, desisti. Nada chegava perto às delícias com que cresci. Resolvi arriscar.

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Sabia que jamais iria chegar àqueles gostos mas comecei. Reinventar os sabores da infância é o desafio mais doce. Não valeriam os sacrifícios da vida longe do Brasil, se eu não pudesse saciar os sentidos e acalmar a alma com as maravilhas que povoam minha memória e que fazem a minha vida mais apetitosa.

Munira, de apelido Muna, minha tia, irmã de meu pai, era de uma personalidade radiante. Impactava a todos. Aos domingos, cozinhava para toda a grande família, grande mesmo. Marcante. Parte feliz da infância, encontrar os primos e comer a comida dela. Os charutinhos de folha de uva, meus preferidos. Paixão.

 

Carolina, de apelido Lina, minha avó, mãe da minha mãe. A Matriarca. Forte. Única. Era mais de fazer tapetes à mão (grandes e incríveis) do que de cozinhar mas marcou quem experimentou seus pratos. O  cuscuz do Natal, a polenta cozida, a salada de maionese, a stracciatella ficaram. Entranhados em mim estão para não me deixarem esquecer quem eu sou. O que vivi com minha avó está aqui e agora, me dando sustentação.

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Criei o MunaLina por isso. Para me sentir perto. São as memórias do que vivi, os amores compartilhados, os sentidos impressionados, que tento colocar nesses poucos pratos que faço. Ofereço a você parte importante de mim.

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